segunda-feira, 29 de agosto de 2011




MV1 – 1º Ano

Exercícios de fixação

1 – (Enem) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

“Lembro-me de certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’.[...] Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando essa lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida?[...]
            Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele recaia a escuridão, propícia a ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos o nosso posto.”

                                                                                              (Érico Verissímo. Solo de Clarineta)

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura:
a)      criar fantasia
b)      permitir o sonho
c)      denunciar o real
d)      criar o belo
e)      fugir da náusea

Leia com a tenção e responda às questões 2 e 3.

Profissão de fé

“Torce, aprimora, alteia, lima
a frase; e, enfim,
no verso de ouro engasta a rima,
como um rubim.
Quero a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
                                   (Olavo Bilac)

2 – (Fuvest-SP) Nos versos acima, a atividade poética é comparada ao lavor do ourives porque, para o autor:
a)      a poesia é preciosa como um rubi.
b)      O poeta é um burilador.
c)      Na poesia não pode faltar rima.
d)      O poeta não se assemelha a um artesão.
e)      O poeta emprega a chave de ouro.

3 – (Fuvest-SP) Pode-se inserir do texto que, para Olavo Bilac, o ideal da forma literária é:
a)      a libertação
b)      a isometria
c)      a estrofação
d)      a rima
e)      a perfeição

Texto para as questões de 4 a 7.

Poesia do tempo
“O equívoco entre poesia e povo já é demasiadamente sabido para que valha a pena insistir nele. Denunciemos antes o equívoco entre poesia e poetas. A poesia não se ‘dá’, é hermética ou inumana, queixam-se por aí. Ora, eu creio que os poetas poderiam demonstrar o contrário ao público. De que maneira? Abandonando a idéia de que poesia é evasão. E aceitando alegremente a idéia de que poesia é participação. Não basta dizer que já não há torres de marfim; a torre desmoronou-se pelo ridículo, porém muitos poetas continuam vendo na poesia um instrumento de fuga da realidade ou de correção do que essa realidade ofereça de monstruoso e de errado. Desenvolve-se então entre eles uma linguagem cifrada, que nenhum leigo entende, e que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo.
            Participação na vida, identificação com os ideais do tempo (e esses ideais existem sempre, mesmo sob as mais sórdidas aparências de decomposição), curiosidade e interesse pelos outros homens, apetite sempre renovado em face das coisas, desconfiança da própria e excessiva riqueza interior, eis aí algumas indicações que permitirão talvez ao poeta deixar de ser um bicho esquisito para voltar ser, simplesmente, um homem.”
                                                                                              (Carlos Drummond de Andrade)

4 – Assinale a frase que melhor expressa o conceito de poesia do autor:
a)      poesia é evasão
b)      a poesia é hermética
c)      a poesia é um instrumento de fuga da realidade
d)      poesia é participação
e)      a poesia é inumana

5 – Qual acepção de hermética?
a)      estética
b)      difícil
c)      ambígua
d)      ética
e)      impermeável

6 – Qual o equivalente da expressão a linguagem cifrada?
a)      a linguagem numérica
b)      um código
c)      a linguagem das cifras
d)      a linguagem objetiva
e)      uma ambigüidade

7 – O autor contesta:
a)      o leitor e a poesia
b)      certos leitores e certa poesia
c)      certos poetas e cesta poesia
d)      a realidade do leitor
e)      a poesia e o povo.

MV1 – 1º Ano

Exercícios de fixação

1 – (Enem) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

“Lembro-me de certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’.[...] Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando essa lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida?[...]
            Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele recaia a escuridão, propícia a ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos o nosso posto.”

                                                                                              (Érico Verissímo. Solo de Clarineta)

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura:
a)      criar fantasia
b)      permitir o sonho
c)      denunciar o real
d)      criar o belo
e)      fugir da náusea

Leia com a tenção e responda às questões 2 e 3.

Profissão de fé

“Torce, aprimora, alteia, lima
a frase; e, enfim,
no verso de ouro engasta a rima,
como um rubim.
Quero a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
                                   (Olavo Bilac)

2 – (Fuvest-SP) Nos versos acima, a atividade poética é comparada ao lavor do ourives porque, para o autor:
a)      a poesia é preciosa como um rubi.
b)      O poeta é um burilador.
c)      Na poesia não pode faltar rima.
d)      O poeta não se assemelha a um artesão.
e)      O poeta emprega a chave de ouro.

3 – (Fuvest-SP) Pode-se inserir do texto que, para Olavo Bilac, o ideal da forma literária é:
a)      a libertação
b)      a isometria
c)      a estrofação
d)      a rima
e)      a perfeição

Texto para as questões de 4 a 7.

Poesia do tempo
“O equívoco entre poesia e povo já é demasiadamente sabido para que valha a pena insistir nele. Denunciemos antes o equívoco entre poesia e poetas. A poesia não se ‘dá’, é hermética ou inumana, queixam-se por aí. Ora, eu creio que os poetas poderiam demonstrar o contrário ao público. De que maneira? Abandonando a idéia de que poesia é evasão. E aceitando alegremente a idéia de que poesia é participação. Não basta dizer que já não há torres de marfim; a torre desmoronou-se pelo ridículo, porém muitos poetas continuam vendo na poesia um instrumento de fuga da realidade ou de correção do que essa realidade ofereça de monstruoso e de errado. Desenvolve-se então entre eles uma linguagem cifrada, que nenhum leigo entende, e que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo.
            Participação na vida, identificação com os ideais do tempo (e esses ideais existem sempre, mesmo sob as mais sórdidas aparências de decomposição), curiosidade e interesse pelos outros homens, apetite sempre renovado em face das coisas, desconfiança da própria e excessiva riqueza interior, eis aí algumas indicações que permitirão talvez ao poeta deixar de ser um bicho esquisito para voltar ser, simplesmente, um homem.”
                                                                                              (Carlos Drummond de Andrade)

4 – Assinale a frase que melhor expressa o conceito de poesia do autor:
a)      poesia é evasão
b)      a poesia é hermética
c)      a poesia é um instrumento de fuga da realidade
d)      poesia é participação
e)      a poesia é inumana

5 – Qual acepção de hermética?
a)      estética
b)      difícil
c)      ambígua
d)      ética
e)      impermeável

6 – Qual o equivalente da expressão a linguagem cifrada?
a)      a linguagem numérica
b)      um código
c)      a linguagem das cifras
d)      a linguagem objetiva
e)      uma ambigüidade

7 – O autor contesta:
a)      o leitor e a poesia
b)      certos leitores e certa poesia
c)      certos poetas e cesta poesia
d)      a realidade do leitor
e)      a poesia e o povo.

MV1 – 1º Ano

Exercícios de fixação

1 – (Enem) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

“Lembro-me de certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’.[...] Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando essa lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida?[...]
            Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele recaia a escuridão, propícia a ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos o nosso posto.”

                                                                                              (Érico Verissímo. Solo de Clarineta)

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura:
a)      criar fantasia
b)      permitir o sonho
c)      denunciar o real
d)      criar o belo
e)      fugir da náusea

Leia com a tenção e responda às questões 2 e 3.

Profissão de fé

“Torce, aprimora, alteia, lima
a frase; e, enfim,
no verso de ouro engasta a rima,
como um rubim.
Quero a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
                                   (Olavo Bilac)

2 – (Fuvest-SP) Nos versos acima, a atividade poética é comparada ao lavor do ourives porque, para o autor:
a)      a poesia é preciosa como um rubi.
b)      O poeta é um burilador.
c)      Na poesia não pode faltar rima.
d)      O poeta não se assemelha a um artesão.
e)      O poeta emprega a chave de ouro.

3 – (Fuvest-SP) Pode-se inserir do texto que, para Olavo Bilac, o ideal da forma literária é:
a)      a libertação
b)      a isometria
c)      a estrofação
d)      a rima
e)      a perfeição

Texto para as questões de 4 a 7.

Poesia do tempo
“O equívoco entre poesia e povo já é demasiadamente sabido para que valha a pena insistir nele. Denunciemos antes o equívoco entre poesia e poetas. A poesia não se ‘dá’, é hermética ou inumana, queixam-se por aí. Ora, eu creio que os poetas poderiam demonstrar o contrário ao público. De que maneira? Abandonando a idéia de que poesia é evasão. E aceitando alegremente a idéia de que poesia é participação. Não basta dizer que já não há torres de marfim; a torre desmoronou-se pelo ridículo, porém muitos poetas continuam vendo na poesia um instrumento de fuga da realidade ou de correção do que essa realidade ofereça de monstruoso e de errado. Desenvolve-se então entre eles uma linguagem cifrada, que nenhum leigo entende, e que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo.
            Participação na vida, identificação com os ideais do tempo (e esses ideais existem sempre, mesmo sob as mais sórdidas aparências de decomposição), curiosidade e interesse pelos outros homens, apetite sempre renovado em face das coisas, desconfiança da própria e excessiva riqueza interior, eis aí algumas indicações que permitirão talvez ao poeta deixar de ser um bicho esquisito para voltar ser, simplesmente, um homem.”
                                                                                              (Carlos Drummond de Andrade)

4 – Assinale a frase que melhor expressa o conceito de poesia do autor:
a)      poesia é evasão
b)      a poesia é hermética
c)      a poesia é um instrumento de fuga da realidade
d)      poesia é participação
e)      a poesia é inumana

5 – Qual acepção de hermética?
a)      estética
b)      difícil
c)      ambígua
d)      ética
e)      impermeável

6 – Qual o equivalente da expressão a linguagem cifrada?
a)      a linguagem numérica
b)      um código
c)      a linguagem das cifras
d)      a linguagem objetiva
e)      uma ambigüidade

7 – O autor contesta:
a)      o leitor e a poesia
b)      certos leitores e certa poesia
c)      certos poetas e cesta poesia
d)      a realidade do leitor
e)      a poesia e o povo.

MV1 – 1º Ano

Exercícios de fixação

1 – (Enem) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

“Lembro-me de certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’.[...] Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando essa lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida?[...]
            Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele recaia a escuridão, propícia a ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos o nosso posto.”

                                                                                              (Érico Verissímo. Solo de Clarineta)

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura:
a)      criar fantasia
b)      permitir o sonho
c)      denunciar o real
d)      criar o belo
e)      fugir da náusea

Leia com a tenção e responda às questões 2 e 3.

Profissão de fé

“Torce, aprimora, alteia, lima
a frase; e, enfim,
no verso de ouro engasta a rima,
como um rubim.
Quero a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
                                   (Olavo Bilac)

2 – (Fuvest-SP) Nos versos acima, a atividade poética é comparada ao lavor do ourives porque, para o autor:
a)      a poesia é preciosa como um rubi.
b)      O poeta é um burilador.
c)      Na poesia não pode faltar rima.
d)      O poeta não se assemelha a um artesão.
e)      O poeta emprega a chave de ouro.

3 – (Fuvest-SP) Pode-se inserir do texto que, para Olavo Bilac, o ideal da forma literária é:
a)      a libertação
b)      a isometria
c)      a estrofação
d)      a rima
e)      a perfeição

Texto para as questões de 4 a 7.

Poesia do tempo
“O equívoco entre poesia e povo já é demasiadamente sabido para que valha a pena insistir nele. Denunciemos antes o equívoco entre poesia e poetas. A poesia não se ‘dá’, é hermética ou inumana, queixam-se por aí. Ora, eu creio que os poetas poderiam demonstrar o contrário ao público. De que maneira? Abandonando a idéia de que poesia é evasão. E aceitando alegremente a idéia de que poesia é participação. Não basta dizer que já não há torres de marfim; a torre desmoronou-se pelo ridículo, porém muitos poetas continuam vendo na poesia um instrumento de fuga da realidade ou de correção do que essa realidade ofereça de monstruoso e de errado. Desenvolve-se então entre eles uma linguagem cifrada, que nenhum leigo entende, e que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo.
            Participação na vida, identificação com os ideais do tempo (e esses ideais existem sempre, mesmo sob as mais sórdidas aparências de decomposição), curiosidade e interesse pelos outros homens, apetite sempre renovado em face das coisas, desconfiança da própria e excessiva riqueza interior, eis aí algumas indicações que permitirão talvez ao poeta deixar de ser um bicho esquisito para voltar ser, simplesmente, um homem.”
                                                                                              (Carlos Drummond de Andrade)

4 – Assinale a frase que melhor expressa o conceito de poesia do autor:
a)      poesia é evasão
b)      a poesia é hermética
c)      a poesia é um instrumento de fuga da realidade
d)      poesia é participação
e)      a poesia é inumana

5 – Qual acepção de hermética?
a)      estética
b)      difícil
c)      ambígua
d)      ética
e)      impermeável

6 – Qual o equivalente da expressão a linguagem cifrada?
a)      a linguagem numérica
b)      um código
c)      a linguagem das cifras
d)      a linguagem objetiva
e)      uma ambigüidade

7 – O autor contesta:
a)      o leitor e a poesia
b)      certos leitores e certa poesia
c)      certos poetas e cesta poesia
d)      a realidade do leitor
e)      a poesia e o povo.

MV1 – 1º Ano

Exercícios de fixação

1 – (Enem) Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.

“Lembro-me de certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’.[...] Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando essa lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida?[...]
            Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele recaia a escuridão, propícia a ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos o nosso posto.”

                                                                                              (Érico Verissímo. Solo de Clarineta)

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura:
a)      criar fantasia
b)      permitir o sonho
c)      denunciar o real
d)      criar o belo
e)      fugir da náusea

Leia com a tenção e responda às questões 2 e 3.

Profissão de fé

“Torce, aprimora, alteia, lima
a frase; e, enfim,
no verso de ouro engasta a rima,
como um rubim.
Quero a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
                                   (Olavo Bilac)

2 – (Fuvest-SP) Nos versos acima, a atividade poética é comparada ao lavor do ourives porque, para o autor:
a)      a poesia é preciosa como um rubi.
b)      O poeta é um burilador.
c)      Na poesia não pode faltar rima.
d)      O poeta não se assemelha a um artesão.
e)      O poeta emprega a chave de ouro.

3 – (Fuvest-SP) Pode-se inserir do texto que, para Olavo Bilac, o ideal da forma literária é:
a)      a libertação
b)      a isometria
c)      a estrofação
d)      a rima
e)      a perfeição

Texto para as questões de 4 a 7.

Poesia do tempo
“O equívoco entre poesia e povo já é demasiadamente sabido para que valha a pena insistir nele. Denunciemos antes o equívoco entre poesia e poetas. A poesia não se ‘dá’, é hermética ou inumana, queixam-se por aí. Ora, eu creio que os poetas poderiam demonstrar o contrário ao público. De que maneira? Abandonando a idéia de que poesia é evasão. E aceitando alegremente a idéia de que poesia é participação. Não basta dizer que já não há torres de marfim; a torre desmoronou-se pelo ridículo, porém muitos poetas continuam vendo na poesia um instrumento de fuga da realidade ou de correção do que essa realidade ofereça de monstruoso e de errado. Desenvolve-se então entre eles uma linguagem cifrada, que nenhum leigo entende, e que suscita o equívoco já célebre entre poesia e povo.
            Participação na vida, identificação com os ideais do tempo (e esses ideais existem sempre, mesmo sob as mais sórdidas aparências de decomposição), curiosidade e interesse pelos outros homens, apetite sempre renovado em face das coisas, desconfiança da própria e excessiva riqueza interior, eis aí algumas indicações que permitirão talvez ao poeta deixar de ser um bicho esquisito para voltar ser, simplesmente, um homem.”
                                                                                              (Carlos Drummond de Andrade)

4 – Assinale a frase que melhor expressa o conceito de poesia do autor:
a)      poesia é evasão
b)      a poesia é hermética
c)      a poesia é um instrumento de fuga da realidade
d)      poesia é participação
e)      a poesia é inumana

5 – Qual acepção de hermética?
a)      estética
b)      difícil
c)      ambígua
d)      ética
e)      impermeável

6 – Qual o equivalente da expressão a linguagem cifrada?
a)      a linguagem numérica
b)      um código
c)      a linguagem das cifras
d)      a linguagem objetiva
e)      uma ambigüidade

7 – O autor contesta:
a)      o leitor e a poesia
b)      certos leitores e certa poesia
c)      certos poetas e cesta poesia
d)      a realidade do leitor
e)      a poesia e o povo.